terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Um pungente plano…

Caro Dux, venho na propriedade racional do pensamento admirável, carpir o teu desmesurado, surreal, exemplar plano, ou seja, exuberante praxe da desgraça na areia do ódio, ou do óbito? Desculpa, talvez esteja amnésico. Caríssimo, quantos anos tens? Em que dia nasceste? Mataste um gato preto por ventura? Dizem os antigos, que quem mata um gato preto tem sete vidas tolhidas! - existem casos de seis - Lamentável azar, má sorte a tua! Façanhas da vida! Pois, quando a cabeça não tem juízo, a consciência padece!

Vou te contar uma pequena história:  Quando terminei a minha instrução primária – quarta classe – o meu sonho era estudar, e, pensando em segurar essa quimera, fiz admissão aos liceus. Não, nem me interessa saber se isto te diz alguma coisa, como por exemplo, uma regra três simples. Mas, moral da narrativa; quando cheguei a casa com a ombreira aprovada, levei um enxerto de porrada do meu pai com um cinto, por me ter demorado algum tempo! Sabes, um daqueles à lavrador, à moda antiga com fivela e tudo! Aí confessei-me; vou me alistar nos fuzileiros – 1966 – e vou para a guerra colonial, e aos vinte anos estava no Leste - pântano 24 meses - de Angola. Sabes porquê? Admito a tua inteligência, calculo o teu gnosticismo.

Portanto não deixes que a tua consciência viva permanentemente agoniada… eu no teu lugar, porque azar qualquer um tem, aos familiares e amigos daqueles, daqueles que tu sabes muito bem… rogava desculpas, implorava arrependimento, expunha a narrativa… prometia que não voltava a fazer outra, e que foi uma coisa precipitada. Porque também sofres. Com certeza que se o fizeres, serás perdoado e votaras a ser livre novamente. Já agora, suplica o apelo a todos os Duxs como tu, que sejam tolerantes daqui para a frente, vai por mim…

Também te afianço, se não estimares este abraço, cá se fazem cá se pagam, e a terra será hostil ao teu eterno descanso.