terça-feira, 28 de maio de 2013

Crise?

Crise? Mas qual crise? Cultural ou económica? Imaginem um Povo versado, culto, consciente, [política] julgam que não seria capaz de distinguir o preto do branco? Da mentira e da verdade? Do imparcial e do arbitrário? De certeza absoluta, que não se deixava levar por bonés disfarçados nem por palavras falaciosas.

Nesta perspectiva, tenho a convicção, que certa gentalha passada e presente jamais teriam acento na administração deste país. Agora que pretendem, estupidamente privatiza-la, entrega-la às mãos dos especuladores sem escrúpulos, é imperativo que a consciência popular na praça pública, imponha nos pés os seus próprios destinos.

A história é obra dos homens; a moral, a cultura, a religião constitui a superstrutura basilar de um Povo. Para aqueles, que a tomam como uma lição, um guia, uma identidade, sabem que a sua ausência é o principal motivo de conflitos económicos e sociais. O meu país, [Portugal], faz séculos que continua adiado, justamente porque a história e a cultura, coisa abstracta para alguns troca-tintas, nunca aprendeu com os erros e os defeitos. Estes aforismos é a prova provada que a ignorância foi e continua a ser o paradigma conveniente prefeito da classe burguesa. Do meu ponto de vista acanhado, a sociedade portuguesa, viveu e continua a viver o estigma da aparência, reflexo de herança que a juventude sempre usou como testemunho, um futuro vazio de ideias e objectivos.

O maior, e o mais rico investimento, que aliás o meu país sempre se recusou, por razões óbvias, é o ensino. Instrução baseada em princípios de semelhança, concórdia e cooperação. Filosofia que determina a verdadeira concepção para uma sociedade de direito, culta e civilizada. Basicamente, educar as crianças a conhecer a realidade dos seus antepassados, a realidade da sua aldeia, da sua freguesia, da sua cidade, a realidade da constituição do seu país. Há muito que agiotas, corruptos, negligentes, corsários, ideólogos apátridas teriam sido banidos.

Fora com os invasores, fora com os vendilhões de heranças dos nossos avós. Viva Portugal!


quinta-feira, 16 de maio de 2013

Eles partem

Eles partem…
Despojados, abandonados, exportados.
Indignados, espirram-se
Como mexas
Ante o sangue coalhado
De maquiavélicas promessas…
Enquanto os ossos e a carne,
Oficiais mirrados,
Embebem a façanha dum sonho roubado!

Eles partem…
Salivam lágrimas veladas
Fronhas no leito iradas
De quimeras incendiadas.

E o olhar atado chora a sede
Do imago de mãe,
E os retratos acomodados
Gemem humedecidos a
Ausência das mãos,
E o sol, já não cumprimenta o dia
Pelas frinchas das persianas,
E a lua, perde-se na pejada noite
De lembranças recalcadas.

Eles partem…
Sob o rasto moribundo dum país
De indigentes politicamente admirados,
Onde os pais e as mães nunca adormecem!


terça-feira, 14 de maio de 2013

Senso

A figura suspeita a cartilha,
A cartilha escarlata a
A verdade,
A mentira escamoteia a cartilha
Para omitir a realidade…

Senso, assombrosa definição!
Quem é quem?
Juízo, porque te abjectas?
Quem é quem?
Raciocínio, porque te julgas?
Quem é quem?
Entendimento, porque prevaricas?
Quem é quem?
Julgamento, dualidade de pesos?
Quem é quem?
Siso, tino, circunspecção,
Prudência; estábulo de cornos e bestas
Num esgoto perfeito de favas intestinais.

Espectro iminente de uma desagregação
Social.
Tagarelas de números; triliões, milhões;
Cabras, carneiros, cabrões, vendilhões,
Impunemente a pastar na rotunda…
Adquire um hectare, multiplica por um quintal.
A banca surripia, o povo aguenta!?...



segunda-feira, 6 de maio de 2013

Sermões


O pânico está instalado, na aldeia não se fala doutra coisa senão da praga, que já há uns tempos ameaça o desassossego, tanto nos agricultores como na comunidade em geral.

Domingo, dia de missa, a das sete…“quem madruga deus o ajuda”… os fiéis, a maior parte escolhem a primeira. Assim dispõem de mais tempo para outros afazeres.

Exuberante, o sacerdote introduz na homilia a consciência do bem e do mal. Facto denunciado noutros sermões, com assaz inquietação.

 - Caros paroquianos, como é do vosso conhecimento, existe uma praga na nossa terra! Aliás, já vos avisei que, para a combater, primeiro é preciso ter ideias, segundo união entre vós, porque as toupeiras raramente mostram o focinho e como não têm olhos levam-vos a eito as sementeiras todas

Não é com inseticidas, que se eliminam esses bichinhos, eles não possuem sensibilidade, são imunes às desgraças, não fazem ideia quanto custam as sementes, as alfaias, o suor, as lágrimas e muito menos o pão para os vossos filhos.

Deixo-vos um conselho; o hodierno momento em que vivemos, impõe muita atenção e cuidado, devem estar atentos aos logros e às manobras, porque esses bichinhos são oriundos de costumes grosseiros. Particularmente, têm líderes sem escrúpulos... coisa que vocês não têm! Por conseguinte, as vossas forças, com ajuda do Divino Espírito Santo, devem-se concentrar na defesa dos vossos haveres, para que a expulsão seja levada a cabo com firmeza e convicção; por uma terra onde os vossos filhos acreditem sem toupeiras, no futuro, por que é possível um futuro sem toupeiras...