sexta-feira, 19 de abril de 2013

Noite da Lusofonia

No próximo dia 26 de Abril estarei com os meus amigos Galegos, na cidade da Corunha, onde cantarei Abril:

terça-feira, 16 de abril de 2013

Introspecção no caminho da rua 19


Caminho da rua 19, devota compaixão por um outdoor dos vivos na contemplação de defuntos inevitáveis… como se fosse um sacrossanto culto, venerado pelos presentes de causas factuais. São os olhos no coração, tal compaixão curiosa! O edital acusa com admiração e consternação a visita dos primeiros e dos segundos:

- Ah! Ainda ontem a vi no café, sorridente e bem-disposta!
- Desafortunado, era tão novo, deixou uma filha de tenra idade!
- Ui! Este senhor vendia saúde, que nem uma rocha!
- Ai! Eu conhecia esta senhora, pertencia à família dos Maias.
- Nossa senhora! Esta era tão novinha, que tristeza! Que pena!
- A vida é assim, fugaz, sentença que todos aguardamos!
- Olha este era meu vizinho, pessoa pacata, cumprimentava-me sempre, era muito simpático!
- Eu já sabia que esta estava esta doente, não esperava que fosse tão depressa, coitada!
- É a vida, o sol nasce para todos, mas também acaba para todos.
- Só não percebo, perante esta realidade, como é que há gente a bater com a mão hipocritamente no peito?!
- É verdade, amigo, Isto anda tudo às avessas, há tanta gente má por aí que não presta.
- Tem razão, começando pelos políticos.
- Ó amigo, esses é que já deviam de ter abalado há muito.
- Não se preocupe que também vão, cá se fazem cá se pagam, graças a Deus, é a única justiça democrática e verdadeira que ele nos deixou. 

Se este outdoor, ponto de sentido por eminência, fosse um espaço de veneração religiosa, com tantos óbitos acontecer; as velas, as flores, e os castiçais talvez contribuíssem para minimizar o espírito mercantil, e afastasse duma vez por todas com um coice no traseiro, por inteiro, os “troicanos" e compª ldª daqui para o inferno…

Sejamos vivos, “verticalmente de pé” a vida contínua para além da morte…