domingo, 22 de janeiro de 2012

Condenação

Reunida no passado pôr-do-sol
E noite de lua cheia,
O Conselho do Povo, no limiar da pobreza,
Em tertúlia trabalheira,
Democraticamente eleita e de mão no ar,
Determinou sem pena suspensa, ou recurso,
E mandou publicar:


A condenação a 30 anos de trabalhos
Em sacrifícios de apeneia
O Simbólico Aníbal e o Presidente da Republica
Pelo seu subsequente ar escapatório de toupeira.


Ignomínia, omissão e insensibilidade
A quem lhe deu o crédito;
O povo.
Pelo excesso e conivente desrespeito
Pelo soldo que recebe;
Do povo.
Pelo desprezo provocatório e desiludo
Aos sacrifícios acatados;
Do povo.
Pela incompetência e inoperância que tem
Aprovado, os destinos do país;  
Do povo.

E ainda, devido às circunstâncias
Atuais de água e pão…   
Realizar certas instâncias
À reforma
Da sua concubina, a bem da meditação!





sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Apelo

Vou recitar uma arma
de gesso e de lama,
numa corrente de água morna
e embute de sorna,
para então dizer ao mundo
reaccionário e estúpido,
que tudo acaba
quando o sono acorda!

Vou acordar seca a garganta
de palavras:
gotas de pus
que a liberdade inventou
amolecer gritos de corpos nus
num mundo silenciosamente
assanhado e sinistro...
onde só os bichos entendem,
que as pedras são como são...