sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Se por acaso chegar às suas mãos...

Amigo passante;

Também sou passante por conta própria, sem remédio do mesmo calcanhar e da mesma natureza, sou semelhante a qualquer indígena que respira do mesmo ar que habita este chão. Sinto aflição de partilhar esta fugaz passagem, porque a vida é como um autocarro, tudo é passageiro, salvo o condutor. Não importa quem sou, nem donde venho, apenas sinto a vontade de dar um abraço a alguém, uma palavra de aconchego, um toque. Pois se está bem, fico contente, se está de algum modo angustiado, conte as estrelas e deixe-se adormecer ao luar. Ninguém derrota a morte. Por isso, pense na vida, faça dela um prodígio, que não tenha nem a senha nem o dia.

Enquanto o tempo for tempo, que seja boa disposição.